Não gosta de comer vegetais? Isso pode ter começado na sua infância.

Aqui em casa eu tenho dois exemplos distintos de como a Introdução Alimentar é crucial pra determinar o paladar e as escolhas alimentares de um adulto desde a infância.

No meu primeiro filho nós erramos ate pelo fato da inexperiência e isso trouxe consequências que hoje o Pedro tem um paladar que prefere mais doces, tem dificuldade de comer verduras, não gosta de todas as frutas e da trabalho pra comer algumas refeições.

A Emilly quando nasceu eu já era graduando em Nutrição e pude aplicar meus conhecimentos na prática. Hoje Emilly come frutas das mais variadas, verduras inclusive cruas como cebola, pimentão, tomate e ate alho e não tolera muito os doces. Ate um chocolate que ela vai comer, dependendo do tamanho ela enjoa rápido.

Comi e não morri – Não significa que isso faça bem, ate porque é só olhar como esta sua saúde agora.

Vegetais são sem graça – É um erro das pessoas tentarem suprir emoções através dos alimentos. Alimento não é pra ser engraçado mas pode lhe trazer alegria a longo prazo.

Vegetais sem gosto – Aprender a temperar e testar novos sabores é muito importante pra chegar numa receita que seja agradável ao seu paladar.

Para os pais – Coloque na cabeça de vocês: criança nenhuma sente falta daquilo que ela nunca provou, então nada de ultra processados.

Para os adultos – Você é adulto, haja como tal.

Qual o melhor indicador de evolução na perda de peso?

balança acompanhar peso emagrecimento

Ao iniciar um processo de emagrecimento (diferente de perder peso) é natural começar sendo o peso o principal ponto de partida e termos uma meta de peso como objetivo, afinal se engordamos o nosso peso aumenta, então ao emagrecer o peso diminui. Mas isso nem sempre acontece.

Todos que começam uma dieta ou uma mudança de hábitos tende a monitorar o peso constantemente para verificar se está tendo progresso, se tudo que ela está fazendo está dando resultados. Porém a balança pode ser um inimigo nesse acompanhamento

Isso acontece pois existe uma diferença entre perder peso e perder gordura. Quando perdemos peso estamos perdendo massa no sentido da física, perdendo matéria, sendo essa matéria vinda de: água, gordura, massa muscular, redução do tamanho de órgãos. E quando emagrecemos estamos reduzindo principalmente a quantidade de gordura do corpo.

E diversos fatores contribuem para a constituição do nosso peso corporal: ossos, músculos, gordura, quantidade de água, bolo alimentar e fezes no intestino. E com isso basta pensar que se temos todos esses elementos participando em como nosso peso é composto com certeza teremos uma variação nesse peso mostrado na balança. Por isso recomendamos que você se pese cerca de uma vez na semana e em jejum.

E temos um cenário bem comum onde a balança pode de certa forma ser uma frustração, vejamos um exemplo:
Uma mulher de 35 anos está com alguns quilos a mais, nunca fez uma atividade física regular, está há anos sedentária. Ela está com a dieta calculada por um Nutricionista, faz musculação e aeróbicos, nos primeiros 2 meses ela estava feliz e bastante empolgada, perdeu 8kg na balança e as roupas estão mais largas, as pessoas já comentam a mudança.

Mas nos meses seguintes ela começou a se questionar, no terceiro mês ela perdeu só 2kg e no quarto mês o peso permaneceu o mesmo. Mesmo seguindo à risca a dieta e sem reduzir os exercícios, porém ela continua percebendo mudanças no seu corpo como redução das medidas, as roupas mais largas e outras que antes ela não usava voltaram a servir e cada vez mais as pessoas percebendo a mudança no seu corpo.

O que está acontecendo nesse caso? Está havendo uma recomposição corporal, onde temos uma redução da quantidade de gordura corporal promovida pela dieta hipocalórica aliada aos exercícios e em paralelo temos um aumento da massa muscular promovido pela musculação.
Como a pessoa do exemplo é uma iniciante na prática da musculação, naturalmente ela vai ter uma resposta excelente nos primeiros meses, mesmo em uma dieta um pouco mais restrita em calorias, pois o corpo tem uma boa reserva de energia com a gordura.

Esse cenário é mais comum do que parece e ele se deve ao fato que 1kg de gordura ocupa mais espaço que 1kg músculo, lembrando que nosso músculo é feito de cerca de 75% água. Por isso mesmo as medidas reduzindo podemos ter uma certa estagnação do peso ou até mesmo um certo aumento, mas isso é completamente normal, portanto nesse caso o mais indicado para acompanhar sua evolução é usando uma fita métrica para medir as circunferências e fotos.

Comer de forma intuitiva é para todo mundo?

Primeiro você precisa entender o que é intuição. Intuição é a faculdade ou ato de perceber, discernir ou pressentir coisas.
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Mas tá Camilo, o que isso tem haver com a nutrição?
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Existe uma estratégia dentro da nutrição que é o comer intuitivo, que se baseia em três pilares:
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1°) Permissão incondicional para comer;
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2°) Alimentar-se para atender necessidades fisiológicas e não emocionais;
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3°) Seguir os sinais internos de fome e saciedade.
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De acordo com os especialistas, o comer intuitivo não é permissividade para comer tudo, eles apenas reforçam que as pessoas não precisam se submeter a regras impostas por terceiros sobre sua alimentação.
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Além disso, eles reforçam a importância da pessoa que segue essa dieta saber discernir quando a fome é emocional ou fisiológica.
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Mas vamos a algumas problemáticas disso:
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Vamos imaginar aqui um indivíduo obeso ou que esteja bem acima do seu peso. Essa pessoa passou a vida toda condicionada a hábitos que levaram ao ganho de peso e a alguns problemas de saúde.
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Será que esse indivíduo tem alguma capacidade para tomadas de decisão assertiva? Claro que não. Por isso é necessário aprender sobre controle inibitório. O que seria esse controle?
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Vamos supor agora que esse indivíduo tem vontade de comer um bolo de chocolate depois de um dia de trabalho exaustivo tanto física como mental. Será que ele vai conseguir dizer não a esse impulso sendo que por anos ele já faz isso? Claro que não, ele não vai conseguir discernir sua fome emocional da sua fome fisiológica. Por isso na minha opinião uma dieta elaborada para essa pessoa tem fundamental importância para ele aprender a dizer não e se condicionar a novos hábitos. O controle inibitório nesses casos são importantes para o paciente.

Até porque essa “liberdade” de escolha seria mais bem vinda para pessoas que já passaram pelo processo de emagrecimento e já possuem uma educação nutricional.
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Desse modo, para eliminar algum hábito negativo, o indivíduo deve se submeter a algo que limite as suas ações e tomadas de decisões. Isso se chama Dieta. E por favor não confunda dieta com regime. Sei que tem muita gente por aí com trauma de “dieta” porque algum profissional lhe passou um plano totalmente errado e sem adesão, mas não é por esse motivo que devemos sair por aí falando que dieta não funciona, dieta funciona sim, quando bem feita e elaborada por bons profissionais.
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Por isso, o papel do nutricionista é conduzir o seu paciente a um conhecimento básico da nutrição (principais funções de macros, composição, nutri TIMING, como distribuir refeições, calorias e etc). Quando o paciente chega a um nível de entender sobre o que come e como lhe dar com cada alimento que engloba a sua rotina, aí sim ele tem a capacidade de comer intuitivo, fora desses parâmetros eu acredito que NÃO. Até por que ele precisa ainda passar por muitos processos até ter a capacidade de entender sobre suas emoções, seus hábitos, rotina e a nutrição em si.
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Para concluir, afirmo que não tenho nada contra o comer intuitivo para pessoas que sabem lhe dar com as afirmações feitas a cima, já para indivíduos sem nenhuma educação alimentar e com maus hábitos a melhor opção é que crie novos hábitos e aprenda a dizer não aos seus impulsos, pois os mesmos impulsos podem levar a pessoa a uma piora da sua saúde no geral (principalmente pelo aumento do peso)
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João Camilo – Estudante de nutrição (6° Semestre)